Doença viral causada por vírus da família Poxviridae, muito comum em crianças. As lesões de molusco consistem em pápulas umbilicadas, que lembram pequenas “bolinhas” da cor da pele, totalmente assintomáticas.

Acomete principalmente as crianças pelo fato do sistema imunológico ainda não estar completamente desenvolvido. A transmissão se dá pelo contato direto com pessoas contaminadas.

Esse tipo de infecção de pele é benigna e autolimitada, mas pode durar de semanas a anos, a depender do sistema imunológico do paciente.

A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em conta o número de lesões, a localização, a idade e aceitação da criança.

Nome dado à alergia a picada de insetos. Trata-se de uma reação alérgica exagerada do organismo em resposta a picada de insetos. Ocorre mais frequentemente em crianças de perfil alérgico, portadoras de asma, rinite ou dermatite atópica.

O diagnóstico é feito visualmente pelo médico dermatologista, sem a necessidade de exames complementares.

O tratamento consiste no uso de medicação antialérgica por via oral, cremes para alívio do prurido e antibióticos quando há infecção secundária.

A prevenção é ainda mais importante, através do uso de repelentes, cortinados, telas nas janelas e roupas.

Alguns pais podem se deparar com uma intensa assadura na região íntima do bebê durante a troca das fraldas. Tal condição dermatológica é chamada de dermatite das fraldas por irritante primário. Afeta principalmente bebês entre 9 e 12 meses.

A pele fica bastante vermelha e descamativa, trazendo muito desconforto para o pequeno durante a higienização da área. Qualquer criança que faça uso de fraldas pode ser afetada.

O que acontece é o seguinte: o uso de fralda ocasiona aumento da temperatura e umidade local, tornando a pele mais macerada e suscetível à irritação pelo contato prolongado com fezes e urina. Ocorre um desequilíbrio do pH da região, com frequente infecção secundária pelo fungo Candia albicans e, mais raramente, por bactérias do trato intestinal. O uso de lenços umedecidos, talcos, pomadas irritantes e sabões em excesso também agrava o quadro.

A verdadeira alergia às fraldas é mais rara antes dos 2 anos de idade, mas pode acontecer pelo contato com certas substâncias presentes nas fraldas descartáveis, nas pomadas ou produtos de higiene.

O melhor tratamento é a prevenção. É importante manter a pele do bebê sempre seca e aumentar a frequência das trocas das fraldas, conservando o pH ácido habitual dessa região.

Casos persistentes devem ser acompanhados pelo dermatologista, pois necessitam de tratamento tópico específico, de acordo com a gravidade e tipo de dermatite. Além disso, outras condições dermatológicas podem acometer a área das fraldas, necessitando de um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

Um exemplo de forma de dermatite seborreica comum em bebês é a crosta láctea. Tem início nas primeiras semanas de vida e sofre involução espontânea, geralmente, após oito meses.

A doença caracteriza-se pelo aparecimento de escamas amareladas e aderentes no couro cabeludo da criança (“crosta láctea”) e, menos frequentemente, nas sobrancelhas e cílios. Nos quadros iniciais, o que chama a atenção da mãe é a presença de “caspas” resistentes à lavagem dos cabelos durante o banho.

A dermatite seborreica ocorre por estímulo das glândulas sebáceas do bebê pelos hormônios maternos durante a gravidez. A produção excessiva de sebo (“seborreia”) é um fator predisponente e, juntamente com a participação de um fungo comensal do gênero Malassezia, desencadeia a aparecimento de lesões de pele.

É importante esclarecer à mãe que a crosta láctea é inofensiva, não contagiosa e sem relação com falta de higiene. Na grande maioria dos casos, tem um curso autolimitado, podendo ou não reaparecer durante a puberdade.

Então, como devemos tratar a crosta láctea? Uma medida simples e eficaz é a aplicação de óleo de amêndoas doces no couro cabeludo do bebê, 30 minutos antes do banho, para amolecer as escamas aderidas. Em seguida, lavar delicadamente o couro cabeludo com shampoo infantil neutro e secar bem com toalha macia. Não se deve tentar remover as escamas aderidas com os dedos para não irritar a pele e causar infecção secundária.

Em caso de persistência da crosta láctea, aparecimento de vermelhidão e descamação na pele do bebê, prurido ou desconforto, o dermatologista deverá ser consultado.

Brotoeja é o nome popular da miliária, uma afecção benigna da pele caracterizada pelo aparecimento de vesículas, pápulas eritematosas ou pústulas nas áreas de maior transpiração da criança. É causada pela obstrução dos ductos excretores das glândulas sudoríparas, o que impede a saída do suor. Além da retenção sudoral, outros fatores influenciam a ocorrência desse tipo de erupção de pele: ambientes quentes, umidade, febre alta, uso excessivo de roupas ou cobertores.

A miliária tem início nas primeiras semanas de vida, mas pode ocorrer em qualquer idade. As principais áreas acometidas são dobras do pescoço, face, couro cabeludo, tronco e área das fraldas. Evolui em surtos, acompanhados de muito prurido.

A forma clínica varia de acordo com o nível de obstrução do ducto sudoríparo. Pode ser classificada em miliária cristalina (obstrução superficial na epiderme), com aparecimento de vesículas transparentes e sem sinais de inflamação; miliária rubra (obstrução intermediária), quando surgem vesículas e pápulas com sinais de inflamação e prurido; e miliária profunda (obstrução profunda, no início do ducto excretor), marcada por pústulas e lesões maiores.

A melhor forma de prevenir e tratar a miliária consiste em evitar situações que favoreçam o excesso de sudorese, ou seja, frequentar ambientes frescos e arejados, usar pouca roupa e agasalho, dar preferência a roupas leves e de algodão, tomar banhos refrescantes e evitar passar cremes oleosos durante os dias mais quentes.

Apesar da miliária ser uma dermatose totalmente benigna, em caso de sinais de inflamação ou infecção secundária da pele, prurido excessivo, desconforto ou febre, deverá ser agendada uma consulta com o dermatologista.

Doença inflamatória crônica da pele que evolui em surtos e tem caráter recidivante, marcada pelo aparecimento de eczemas e muito prurido. Ocorre principalmente em crianças alérgicas, com asma ou rinite.

Existem várias formas de dermatite atópica? A doença é a mesma, mas a distribuição e padrão das lesões eczematosas variam de acordo com a faixa etária. Na dermatite atópica infantil (crianças de 3 meses a 2 anos), o eczema é agudo e localiza-se preferencialmente na face e superfície de extensão dos membros. Já na forma pré-puberal (crianças de 2-12 anos), as lesões são menos secretivas e surgem principalmente nas áreas flexoras, ou seja, dobras do pescoço, braços e joelhos. Por sua vez, a forma adulta (crianças a partir de 12 anos) apresenta lesões mais crônicas, distribuídas em qualquer parte da pele, mas preferencialmente nas áreas de flexão.

A dermatite atópica é uma doença genética, com forte influência de fatores imunológicos e ambientais. Há uma alteração na barreira cutânea, com maior tendência ao ressecamento da pele e aparecimento de lesões pruriginosas. Além disso, há associação com outros quadros de atopia, como asma brônquica e rinite alérgica.

O principal sintoma na dermatite atópica é o prurido, que contribui para o desenvolvimento da dermatite e a ocorrência de surtos da doença. Vários estímulos podem desencadear o prurido: transpiração, variação térmica, alterações emocionais, contato com certos tipos de fibras sintéticas e lã, por exemplo.

O tratamento varia de acordo com a faixa etária da criança e extensão das lesões de pele. A criança com dermatite atópica deve ser acompanhada por médico dermatologista, que deve orientar o melhor hidratante para seu tipo de pele e prescrever, sempre que julgar necessário, anti-histamínicos, antibióticos e cremes de corticosteroide. Mas, em todo caso é fundamental adotar os cuidados com a pele através de algumas medidas simples: tomar banho morno e rápido, usar pouco sabonete, não usar buchas, aplicar hidratante após o banho e dar preferência a roupas e toalhas de algodão.

Pode estar presente ao nascimento ou surgir nas primeiras semanas de vida do recém-nascido. Durante a gravidez, os hormônios maternos estimulam as glândulas sebáceas do bebê e favorecem o aparecimento desse tipo de erupção de pele.

O quadro clínico caracteriza-se pelo aparecimento de comedos (“cravinhos”), pápulas e pústulas, principalmente no nariz e bochechas. É importante que a mãe não se assuste ao perceber acne no bebê, pois as lesões tendem a desaparecer espontaneamente, sem a formação de cicatriz, dentro de um a três meses.

A limpeza diária com água e sabonete neutro é suficiente para tratar a maioria dos casos. Nos quadros moderados a graves, persistentes ou com sinais associados de puberdade precoce, é importante procurar o médico dermatologista para uma avaliação cuidadosa e prescrição de tratamento específico para essa faixa etária.

Resp. técnico: Dra Marianne Farache - CRM/RN 6039 RQE 2254